Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem
horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
quinta-feira, março 23, 2006
terça-feira, março 07, 2006
Drummond passa eu acho graça...
Depois de longas férias, Fulana se postou frente a dúzias de livros enfileirados na estante. Foi logo se meter de novo com o velho... não por ele mesmo, mas por Luzia de Maria, que escreveu com tamanha simplicidade "um olhar amoroso", sobre o sujeito Drummond. Não resisti. Voltei.
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